Durante a construção do aterro, foi feita uma visita técnica por membros da Concreta, um professor da Universidade de Brasília e um profissional do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Essa visita revelou as principais obras realizadas no aterro e as maiores adversidades encontradas.
Antes de se falar sobre o primeiro aterro sanitário do Distrito Federal, é importante ressaltar que o aterro sanitário possui algumas vantagens, do ponto de vista teórico, em relação ao aterro controlado do Jóquei, mais conhecido como Lixão da Estrutural.
As vantagens do Aterro Sanitário de Brasília são: impermeabilização do solo, implementação de um sistema de drenagem e tratamento do chorume – líquido formado pela decomposição da matéria orgânica que será tratado na ETE Melchior – e dos gases formados, além da compactação e cobertura diária do lixo para evitar vetores. Tudo isso colabora para a minimização dos impactos ambientais.
O Aterro Sanitário de Brasília está localizado na rodovia DF 180, Samambaia, próximo ao Rio Melchior. Inicialmente a demanda será de 55.000 ton/mês e, vale ressaltar, o mesmo não receberá os resíduos hospitalares nem da construção civil. Assim, os resíduos de construção civil continuarão no aterro do Jóquei e o resíduo hospitalar, deve ser incinerado, devido ao grau de periculosidade.
A vida útil do Aterro Sanitário de Brasília é de aproximadamente 13,3 anos. O SLU, porém, prevê um cenário mais otimista caso os materiais recicláveis e orgânicos sejam destinados corretamente. Nesse caso, a estimativa de vida útil do aterro aumentaria para 30 anos.
Para que isso, de fato, ocorra, a população tem o papel fundamental de contribuir com a separação dos materiais recicláveis (papel, plástico, papelão) e dos resíduos orgânicos, a fim de otimizar a coleta seletiva e a compostagem. Além disso, está prevista, também, a reforma e a instalação de estações de triagem e compostagem.
As obras serão realizadas em quatro etapas. A primeira já está concluída, estando pronta para receber os resíduos de acordo com o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), visto que recebeu as licenças prévia, de instalação e de operação. Estima-se o recebimento de 900 ton/dia. Ao final da disposição dos resíduos, prevê-se que o aterro terá 35 metros.
A situação dos catadores, outra questão bastante abordada, foi incluída no novo Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Esses tiram o sustento do lixão da estrutural, que será desativado. Devido a vozes contrárias à construção do Aterro Sanitário, o SLU fez um trabalho de acompanhamento envolvendo assistentes sociais e palestras explicativas chamadas “Vem Saber”. O projeto teve o objetivo de sanar as dúvidas dos catadores e encaminhá-los para trabalharem nas estações de triagem.
Além desse programa, há o Programa Agentes de Cidadania Ambiental — Inclusão ao Mundo do Trabalho na Área Ambiental. Esse tem por objetivo capacitar e mobilizar os catadores, além de difundir boas práticas para a separação dos resíduos domésticos. Ambos os projetos almejam a adesão dos catadores à iniciativa do Aterro Sanitário de Brasília, o que reduziria os prejuízos devido às mudanças futuras.