Normalmente, a maioria das pessoas se depara com o termo SPT apenas quando o sonho de construir uma casa está se tornando uma realidade.
 
A primeira experiência com a cotação de projetos para a construção de uma casa é marcada pela surpresa da quantidade de documentos, projetos, ensaios e impostos necessários para uma simples construção. Entre tantos pré-requisitos para o projeto de uma edificação, encontra-se o Ensaio de Sondagem do Solo, item fundamental para o Projeto de Fundações
Foto por Les Anderson em Unsplash
Para o dimensionamento adequado durante o Projeto de Fundações, é preciso conhecer a resistência e a composição do solo no decorrer de sua profundidade, bem como identificar o nível do lençol freático. A sondagem mais conhecida e disponível no mercado, nessa perspectiva, é a SPT (Standard Penetration Test).
 
O SPT, também chamado de teste de percussão, consiste na penetração do solo com um amostrador por meio de impacto de um martelo de massa padrão de 65Kg, que é liberado repentinamente a uma altura de 75cm. No Distrito Federal, o valor médio de SPT para 2 furos é R$1.200,00.
Mas, afinal, qual é sua importância e quanto custaria não fazer um SPT?
A começar pelo próprio processo de dimensionamento, se um engenheiro se atreve a fazer um projeto de fundações sem saber a resistência do solo e o nível do lençol freático, serão adotados os piores parâmetros possíveis e um alto fator de segurança, culminando num superdimensionamento de concreto e aço para as fundações da edificação. Num outro cenário, se o responsável pela execução construir a fundação sem o SPT ou um projeto de fundações, as perdas podem ser ainda maiores tanto num cenário de super quanto de subdimensionamento.
 
O superdimensionamento é o mais recorrente por, teoricamente, apontar para a segurança. Por ter muitas variáveis, é muito difícil dizer quão mais caro pode sair uma estrutura superdimensionada, sendo que duplicar ou triplicar o fator de segurança de uma fundação pode aumentar seu custo em até 10 vezes, dependendo do tipo de fundação escolhida.
 
Quanto ao subdimensionamento, temos presenciado muitos casos em que os próprios responsáveis pela execução escolhem o tipo de fundação e realizam seu dimensionamento sem qualquer projeto. Recentemente, um cliente ligou para a Concreta quando percebeu que, depois de algumas chuvas, surgiram poças d’água por todo o terreno e algumas fissuras na estrutura da edificação – ainda em construção. O resultado foi um custo de R$2.500,00 com laudos para determinar a origem das fissuras, que foram causadas por recalque diferencial culminado pela ineficiência da sua fundação. Além disso, foram desembolsados R$8.000,00 entre projetos, execução e material para o novo sistema de drenagem do terreno e um reforço para sua fundação.
 
Podemos afirmar, nesse sentido, que tratando-se de engenharia não existe o benefício da dúvida. Na verdade, realizar todos os procedimentos necessários para se projetar qualquer solução de engenharia não só garante a certeza da segurança como reduz drasticamente os custos com manutenção, materiais, mão de obra e demais gastos com estruturas superdimensionadas tidas como “padrão” no mercado informal da construção civil.