Já parou para pensar no quanto um projeto de arquitetura influencia no bem estar de cada pessoa?
Todos nós já passamos por situações de incômodo por alguma característica do ambiente — um quarto apertado, uma sala muito quente, uma iluminação ruim na hora de estudar… Essa sensação ocorre muitas vezes pelo fato de a arquitetura não estar adequada para o local e sua utilidade. Assim, planejar o ambiente de forma eficiente é o primeiro passo para o conforto térmico, visual, acústico e antropométrico* de seus usuários.
O conforto térmico consiste no estado mental de satisfação do indivíduo com as condições térmicas do ambiente. Algumas das fontes que proporcionam este efeito são gratuitas, naturais e renováveis — como radiação solar e correntes de ar, por exemplo —, tratando-se então de uma solução sustentável, eficiente e econômica para o projeto.
 
Diante do cenário atual em que vivemos, mostra-se cada vez mais importante projetar tendo em conta as variantes climáticas e o impacto ambiental. As temperaturas estão cada vez mais elevadas em diversos locais do mundo, sendo cada vez mais comum o uso de aparelhos de ar-condicionado. Pensar em soluções mais conscientes que visam o conforto térmico ao desenvolver um projeto arquitetônico nos permite evitar o uso de meios artificiais, como aparelhos de resfriamento e aquecimento.
Fonte: A Eficiência Energética na Arquitetura – Hospital Sarah Kubitschek, Salvador
Ao projetar uma edificação, não existem padrões absolutos para obtenção de conforto térmico, pois sua concepção é feita a partir de sistemas construtivos adequados às especificidades de cada local e às funções do espaço. Desse modo, existem algumas variáveis a serem analisadas. Alguns exemplos:
✔ Temperatura do local ao longo do ano;
✔ Umidade relativa do ar na região;
✔ Intensidade de ventos;
✔ Incidência solar;
✔ Tipo de atividade desenvolvida no local;
✔ Vestimenta comum dos usuários.

Levando em conta essas variáveis, as escolhas de projeto buscarão promover o desempenho térmico do espaço construído. Aspectos como forma, orientação das fachadas, posição e dimensão das aberturas, a escolha por elementos de sombreamento ou não, e a determinação dos materiais construtivos adequados serão partidos determinantes para esse desempenho.

Em cidades mais frias, por exemplo, a fim de elevar a temperatura do ambiente, há uma preferência por maior exposição das superfícies à radiação solar e pelo uso de materiais de maior inércia térmica — maior capacidade de armazenamento de calor.

Em locais mais úmidos, o excesso de umidade influi na deterioração dos materiais construtivos e na salubridade dos ambientes, podendo contribuir com a proliferação de fungos, bactérias e micro-organismos. A quantidade de umidade relativa do ar também irá influenciar na transpiração, um dos mecanismos responsáveis pela retirada de calor do corpo humano.

Outro ponto crucial para proporcionar salubridade e conforto é a ventilação dos ambientes. Ela nos possibilita reduzir a umidade no espaço construído ou até mesmo aumentá-la, caso associada a elementos “úmidos” como o uso da vegetação. A ventilação também promove constantes trocas térmicas, que asseguram a qualidade interna do ar e, além disso, possibilitam uma redução dos gastos energéticos.

A utilidade e ocupação dos espaços também será um fator influente nas decisões de projeto. Uma sala de informática, por exemplo, possui equipamentos eletrônicos que por si só geram calor, podendo ser necessária uma maior atenção à redução da temperatura desse ambiente. O mesmo ocorre em espaços destinados à realização de atividades físicas, dada a aceleração do metabolismo e sua consequente produção de calor.

Além disso, alguns outros fatores mais minuciosos como a incidência solar para cada horário do dia e os períodos do ano também podem entrar em análise de estudo do projeto.

Por fim, é extremamente importante considerarmos que o conforto térmico impacta não apenas nos espaços construídos, mas também nas funções do nosso organismo. Algumas diretrizes de conforto térmico estão diretamente associadas ao nosso desempenho, bem estar e até mesmo à nossa saúde. Um ambiente termicamente confortável pode prevenir doenças respiratórias, dermatológicas e cognitivas. O conforto térmico além de ser uma solução sustentável, eficiente e econômica, possui um papel fundamental no cuidado com nossos corpos e nossas mentes.

Quando for projetar sua casa ou escritório, pense que é naquele ambiente que você vai realizar suas atividades diárias por vários anos! Tornar o ambiente confortável com uma arquitetura eficiente pode ser um fator decisivo para uma maior qualidade de vida.

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* Antropometria — conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes. Na arquitetura serve para tornar adequar o ambiente aos usuários

Referências:
 
https://www.ugreen.com.br/conforto-termico/
 
https://www.archdaily.com.br/br/910400/como-projetar-para-atingir-conforto-termico-e-por-que-isso-e-importante
 
http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf
 
https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/conforto-termico/
 
Laberts, Dutra e Pereira. Eficiência Energética na Arquitetura. 3a edição.